Pessoas chegam. Umas apressadas, outras calmas. Esperam de pé, ou sentadas. Pousam as suas bagagens. Apegam-se a elas. O comboio ressoa, os carris estremecem... Passos aceleram. Alguns levantam-se, outros apressam-se. Multidão sai. Multidão entra. As portas cerram. O comboio parte. O rumor esvai. O silêncio se instala... Ouvem-se suspiros. O roçar de tecidos. A trepidação do ferro. Mãos retesam, pés se inquietam. Ouve-se o próximo, cada vez mais próximo. O abalar do destino. Na vida, nós, procurando chegar onde desejamos chegar, por vezes irremediávelmente nos encontramos estacionados, esperando veículos para nos levar à próxima encenação do nosso destino. Ora aborrecidos pela morosidade das horas, ora nervosos pela rapidez dos segundos, ansiamos o materializar do futuro. Desejamos partir, deixar o presente feito passado, e abraçar o por vir, mas para avançar é preciso estar preparado. Senão espera-se, pelo próximo transporte a chegar.
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