quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sozinho

Acho que preciso dum lugar só.
Longe de pessoas que me são contrárias.
Assim, sou livre como o vento que levanta o pó
De todas as outras almas, por aí, solitárias.

Ah, a viver sozinho na solidão mergulhado;
Irei traçar um mapa só para a minha integridade.
Vejo que a solidão não vai desistir: é tramado.
Sozinho, o estímulo por sonhos não existe, é verdade.

Sozinho, posso chorar; afundar as profundidades do vazio.
Solidão que somente por mim é alcançada.
Eu vou ser demitido duma sociedade sem luz nem pavio;
Resta o meu reflexo no lago - só para ver a água ondulada.

Quando sozinho, não tenho o amor de procurar, ou o medo
De acabar sozinho, de ser rejeitado e ignorado.
Rindo, alterado em paz, penso como ninguém, em segredo,
Ouvindo dizer: "Agora ele está sozinho - desgraçado.
Sem alguém à beira - como nós, ele vai ficar assim, abandonado ".

Manuel Francisco, 2010

0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More