A Doença dos Macintosh
No início dos anos 90, recebi um convite que viria a revolucionar a minha vida: um curso de iniciação aos computadores! Para mim, um computador era algo misterioso que via na televisão, algo muito diferente duma máquina de escrever e que já fazia parte do meu imaginário. Na altura, penso que já ouvia falar nos termos teclado, monitor e MS-DOS, mas era apenas uma criança a iniciar o ensino secundário, nunca tinha estado perto dum computador, a não ser do velhinho Spectrum, um teclado com um leitor de cassetes que, uma vez ligado à TV, servia para jogar montanhas de joguitos pixelizados, monocromáticos, mas que me prendiam por horas ao televisor e ao joystick. Lembro-me da eternidade que demorava um jogo a entrar naquele pequeno aparelho de 128K, e do ruído que aquilo fazia, mas sentia uma alegria imensa quando aparecia a imagem do jogo. Títulos como “Brutagueño” ou “Paradise Caffe” faziam parte das minhas preferências…
Mas vamos ao que interessa! O curso teve lugar na Escola Secundária
Tornara-me num verdadeiro utilizador Macintosh a partir do momento que vou para a Escola Secundária de Leça da Palmeira frequentar o 8º ano. Lá, havia uma sala denominada “Projecto Minerva” onde tinha computadores, mas um em especial, era reservado para minha exclusiva utilização, um Classic, pois então, que me auxiliava nas aulas de apoio e nos tempos livres! Era a oportunidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos na Escola António Nobre, e o desenho era a minha actividade favorita. Nesse mesmo ano já trabalhava com o Photoshop 1.0, um software inovador que permitia dar asas à minha criatividade. Nesse ano lectivo, elaborei 4 calendários de bolso alusivos a monumentos do concelho de Matosinhos e foram um sucesso! Só num Mac era possível fazer aquilo, já que os tradicionais PC’s ficavam a milhas na componente de edição gráfica. O preto e branco continuava a reinar num interface que ganhava cada vez mais adeptos em Portugal. Nessa mesma sala havia uma impressora de agulhas Apple, barulhenta mas de boa qualidade! Outros programas que tinha instalados eram, por exemplo, o PageMaker e o KidPix para fazer umas coisas engraçadas. Também tinha alguns jogos como o Tetris e o Bricks...
Quando olhava para os “monstros” do lado, pareciam-me ridículos os ecrãs todos pretos ou azuis só com letrinhas brancas! O MS-DOS era realmente pouco atractivo para quem se habituara ao sistema das janelas. CPU’s horizontais, monitores grandes, desses 386 só gostava dos teclados com muitas teclas brancas e cinzentas! Claro que tinha curiosidade em perceber como aquilo funcionava e até aprendi alguns comandos básicos do DOS, mas nada que me encantasse! E a impressora de agulhas ligada a um PC?! Imprimia naqueles rolos de papel fininho com buraquinhos picotados laterais. Esses computadores eram Unisys ainda com ecrãs TGA!
1992, 9º ano, um Mac lá para casa vinha mesmo a calhar! Consegui um fabuloso Macintosh LC que custava uma pipa de massa na altura, cerca de 400 contos (2000 euros)! Comparado com um carro, era um Porsch! Pequeno, diferente e a cores, foi uma inovação na minha forma de trabalhar. Utilizava o Sistema 7, tinha ecrã de
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